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Uma história em construção

Por Jorgete Botelho

Ano de 2020, a humanidade foi pega por uma pandemia. O novo coro-navírus – COVID 19 surgiu. Um nome até então desconhecido que nos levou a pausar compromissos diários e adquirir novos hábitos de autocuidado e de se relacionar com o mundo.

Ano de 2020, a humanidade foi pega por uma pandemia. O novo coro-navírus – COVID 19 surgiu. Um nome até então desconhecido que nos levou a pausar compromissos diários e adquirir novos hábitos de autocuidado e de se relacionar com o mundo.

De repente, fomos orientados a não cumprimentar as pessoas com beijinhos, abraços e apertos de mãos. Nem entre familiares. Inventamos uma alternativa com toque de humor e estranhamento – o contato através dos cotovelos e/ou dos pés. Em pouco tempo, isso não seria mais recomendado. A higienização cuidadosa das mãos, o uso de álcool gel e o uso de máscaras são inseridos em nossas rotinas.

O distanciamento social, o isolamento e a quarentena “raptam” a nossa liberdade de ir e vir e são abrangentes. As aglomerações são proibidas. Nada de shopping, jogo de futebol, bares, restaurantes, áreas públicas de lazer, programas de auditório, gravações de novelas, prédios comerciais, etc. O contato social possível entre as pessoas e utilizados por alguns profissionais, ocorre através da tecnologia com os aplicativos whatsapp, facebook, vídeo conferência, zoom. O noticiário informa diariamente os números registrados de infectados, internados e mortos por esse vírus. O FIQUE EM CASA, é a expressão de uma ação eficaz de autoproteção, desaceleração da contaminação e, consequentemente, o colapso da rede hospitalar.

Sobreviver a este vírus é a tônica atual. A consciência da condição de instabilidade da vida se tornou mais próxima e ameaçadora. No meio de tantas incertezas, a ideia de nossa mortalidade se mostra presente. A doença não só é um tônico da vida, como nos força a sair da zona de conforto e pensar a partir dela. Geralmente, só sentimos o corpo quando ele se impõe a nós. E neste momento, cabe-nos reinventar, resignificar nossa forma de viver e nos ver como um ser integrado ao Todo.

Reações diversas vão surgindo neste cenário de distanciamento físico e ameaça de contaminação. Medo, preocupação excessiva, raiva, angústia, negação, banalização, tristeza, ansiedade, calma, apatia. A variação de humor é percebida e considerada como saudável em tempos de crise. Cada um vivenciará esta situação de forma única, dependendo de sua história de vida e de seus recursos emocionais.

Não podemos generalizar os pensamentos e os sentimentos. Sermos generosos conosco e com o outro, torna-se imperativo. Vivíamos mais preocupados em ter e fazer. Agora, sobra “mais tempo” para nos sentir e nos ver. Nós pausamos, mas a vida continua. A natureza mostra sua beleza e sua grandeza. Como bem retrata a filósofa Viviane Mosé “O que esta doença põe à prova é o vínculo que temos com a vida, o quanto sua raiz está forte e seu tronco e galho e folhas estão firmes, cheios de vontade de viver”.

Nossa história de vida continua sendo escrita e somos um dos protagonistas desta pandemia. Fazemos parte de um evento histórico que marcará a humanidade. Tudo que aprendermos e transformarmos ou não, servirá de aprendizado para as atuais e futuras gerações. E você, como tem passado? Quais os ajustamentos realizados para melhor lidar com este momento? O que você tem aprendido que considera importante para a sua vida?

Sócrates dizia que uma vida não refletida, não vale a pena ser vivida. Acredito que apesar de tudo, a vida sempre vale a pena.

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A autora é psicóloga clínica, psicoterapeuta on-line, atendimento avulso on-line individual, família e casal. Contato: (21) 98697-3363.

Sobre o Autor

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